sexta-feira, 1 de junho de 2012

HOTEL CABEÇUDAS


O prédio onde funcionou o Hotel Cabeçudas foi construído para ali ser instalada uma casa de repouso na década de 30, tendo a sua destinação mudado, com a transação de compra efetuada entre a Construtora Catarinense, presidida por José Eugênio Muller e José Zwoelfer, austríaco da cidade de Melke, onde fizera curso de hotelaria. Com a aquisição, o prédio foi adaptado para as novas atividades, com água corrente quente e fria em seus quartos, contando ainda, com maquinas importadas, para o uso em sua lavanderia e cozinha. Além destas novidades no setor hoteleiro no Estado, o novo proprietário mandou construir uma adega subterrânea nos moldes europeus e uma câmara frigorífica, para a conservação dos alimentos e a fabricação de gelo, pois somente Blumenau fabricava este produto. Com inicio das atividades, o hotel ganhou conceito entre os seus “habitués” em todo o Vale do Itajaí, que motivou o crescimento da praia, com a construção de belas residências naquele local. O sucesso do Hotel e da comida ali servida regada com bebidas importadas fez com que a sua fama ultrapassasse as fronteiras do Estado, provocando a vinda de gaúchos e paranaenses. Quando da viagem de José Zwoelfer para o Brasil, fugindo das agruras da Primeira Guerra Mundial, chegou com grandes conhecimentos que foram de grande valia para o seu novo negócio, um estabelecimento hoteleiro próprio, pois trabalhou em hotéis na Inglaterra, Alemanha e Argentina. O lugar aprazível com uma urbanização avançada, tendo as suas ruas e passeios pavimentados, além de frondosas arvores com grandes sombras para o deleite dos veranistas, fez com que os freqüentadores do Hotel Cabeçudas promovessem a sua divulgação. Ainda hoje, após a sua demolição em 1972, inúmeros são os casais que procuram os familiares de José Zwoelfer, para recordar as temporadas aqui passadas e muitos deles, a feliz lua de mel. Sem duvida, um hotel que foi marco do início do turismo em Santa Catarina.


Texto de: Félix Alvino Gomes Foés Filho.

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